site da livraria jinkings reservava espaço para o clube do menino maluqinho |
A IMPORTÂNCIA DO LIVRO E DA LEITURA
Guerreiras.
elas começaram na LIVRARIAZINHA JINKINGS: Ana Letícia e Annelise Miléo,
as meninas leitoras de Santarém, estão agora no Teatro em Curitiba
Salomão Larêdo, escritor e jornalista
Ana Letícia e Annelise no colo de Salomão |
Na
década de 1980, objetivando ajudar na formação do leitor crítico e
analítico a Livraria Jinkings abriu um espaço específico e adaptado para
as crianças, denominado “Livrariazinha” e lá, convidado, começamos, com
os donos da ideia e da livraria: seu Jinkings, dona Isa, Leila, Varico,
Toninho e todos os funcionários, aos sábados, os processos de cooperar
na formação do leitor crítico.
As
manhãs eram cheias de atrações para a criançada e seus pais, para o
importante, salutar e necessário contato com o livro, a leitura.
Lá,
as crianças ouviam histórias, contação de casos e sobretudo de
socialização, a conexão do ser humano com a vida nos livros, as ideias e
tudo o mais que a cultura e a leitura desencadeiam. Foi uma novidade em
Belém e um sucesso enorme. Lá, muita gente surgiu, descobriu se tornou
leitor e ledor.
Lembro
que nessa época, aos sábados, nosso programa que sempre foi ir a uma
livraria, passamos - meu, de Maria Lygia e do nosso filho Filipe –
especificamente a frequentar a Livrariazinha e nesse empenho, alegria e
prazer, recordo que numa manhã de sábado, lotado de crianças, estavam lá
duas garotas de Santarém, que acompanhadas da mãe Ana Helena e da tia
Anacacilda e elas, mocorongas – Annelise e Ana Leticia - desinibidas,
cantavam e contavam coisas de seu lugar e então começamos um interação e
uma amizade que perdura até hoje.
As
meninas, como mostra a foto, sentaram no meu colo e juntos, cantamos
essa linda música do querido maestro Isoca, santareno que é a Lenda do
Boto:
LENDA DO BOTO
Letra e Música: Wilson Fonseca (1954)Quando boto virou gentePra dançar num puxirum,Quando boto virou gentePra dançar num puxirum,Trouxe o “olho”, trouxe a “flecha”,Trouxe até muiraquitã.E dançou a noite inteiraCom a bela cunhantã.Um grande mistério na roça se faz:Fugiu cunhantã com o belo rapaz!...... E o boto, ligeiro, nas ondas sumiu,Deixando a cabocla na beira do rio...Se alguém lhe pergunta:“Quem foi teu amô?”Cabocla responde:“Foi boto, sinhô!”
Depois
as meninas retornaram a Santarém, onde, muitas vezes fui em razão do
trabalho de formação do leitor pelo programa “ O Liberal na Escola” e
lá, a Anacacilda levava as meninas e ficava sabendo do progresso das
queridas amigas e leitoras que ajudam a tia num programa cultural numa
emissora e ficava contente sabendo que elas avançavam nos estudos.
Depois, perdemos contato e num dos círios, em Belém, Anacacilda fez
contato e passamos a nos falar por e-mail e agora elas estavam em
Curitiba, para estudar artes cênicas.
(publicado originalmente no blog de Salomão Laredo)
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trecho de texto Mea Culpa, Também!, de Alci Santos:
" (...)
(publicado originalmente no blog de Salomão Laredo)
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trecho de texto Mea Culpa, Também!, de Alci Santos:
" (...)
Soube, através da “boca miúda”, do declínio de uma das mais atuantes e dinâmicas livrarias da cidade: a Jinkings. E o meu lamento se ampliou na lembrança das vezes em que lá estive para desenvolver atividades de incentivo à leitura – percebam bem o meu dito: “atividades de incentivo à leitura”; isso porque existia na concepção do empreendimento [e estou especulando sobre tal concepção, pois não possuo laços afetivos e nem conheço ninguém por lá] um tanto de interesse, não só na formação de novos consumidores de produtos comerciais como de “conteúdos”.
Minha lembrança é de quando lá estive contando histórias, dinamizando a leitura, e potencializando um espaço de ser feliz. E como foi empolgante e enriquecedor para minhas práticas, para meu currículo. Tanto que, com muito orgulho, consta tal informação nesse meu documento de apresentação profissional: “Contei histórias na Livrariazinha da Jinkings”. E falarei só dessa dinâmica da fantasia, pois muitos sabem e outros devem ou deveriam saber [se bem que agora fechada ficará tudo mais difícil] da imensa contribuição histórica, social, cultural e política de seu idealizador e proprietário, o sr. Raimundo Jinkings. E, claro, o empenho de toda a família, a considerar seus valorosos funcionários e fiéis clientes, por que não? Pois a cena por mim presenciada aos sábados pela manhã, me remetia aos finais de semana na casa da vovó, eximia contadora de causos, fábulas, contos e parábolas: eram [maldito pretérito, outra vez] os pais que ainda chegavam e os filhos que se antecipavam em gritos e gestos de felicidade plena – pareciam esperar somente por aquele momento. Seriam as “xerox”, donw load, i-book, parte ou “os” motivos? (...) "
(publicado em 2009, no site Acorda, Pará)
(publicado em 2009, no site Acorda, Pará)