Sobre, Repercussões

Na Livraria Cultura

Este 'Pequeno guia histórico das livrarias brasileiras' traz um passeio de três séculos e meio pela história das livrarias brasileiras, com direito a visita guiada a cem das maiores lojas de livros do país, em todos os tempos e regiões. Nem é preciso preparar as pernas. As pernas do espírito vão gostar de saltar através de épocas e estados, do Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro, primeiro ponto de vendas de livros do país, às livrarias moderninhas, com café, computador, vitrines chamativas, tardes e noites de autógrafos. Entre estes extremos, se desenrola uma história vitoriosa, por vezes áspera, de superação de obstáculos e até de enfrentamento político, de choque com a censura, de violência sofrida por livreiros como Evaristo da Veiga, Ênio Silveira e Raimundo Jinkings, figuras excepcionais não apenas na divulgação e comercialização do livro, mas da própria história do país. Mas, é nos períodos tranquilos que se afirmam as grandes casas livreiras, da Garnier à Travessa, no Rio, da Garraux à Cultura, em São Paulo, da Globo a Martins Livreiro, em Porto Alegre, a Catilina, em Salvador, a Ghignone, em Curitiba, a Amadeu, em Belô, e dezenas de outras de norte a sul, da Amazônia ao Centro-Oeste, cujos estabelecimentos o leitor vai visitar, conhecendo a sua história e estórias.

Opinião do Leitor:
maria leticia sobral / Data: 31/5/2009
livro precioso para se guardar
Gostei muito do livro, achei-o muito curioso e interessante.
É bastante suscinto mas de grande valia para quem se interessa pelo assunto

ALBERTO PEDRINI FILHO / Data: 18/5/2009
faltou material gráfico
Gostei do livro devido a sua forma de apresentação que, embora suscinta, traz informações interessantes sobre as livrarias do Brasil.
Creio que faltou um material gráfico, mostrando a localização das livrarias e também uma linha do tempo, onde pudesse ser vista as épocas em que cada livraria ''nasceu'' e ''morreu''.

No Portal Amigos do Livro



Guia conta história de cem livrarias brasileiras

da Folha de S.Paulo - 04.04.2009 - Por Raquel Cozer
Estantes envidraçadas eram protegidas por balcões, atrás dos quais atendentes faziam o meio de campo entre os fregueses e os livros. No século 19, várias livrarias brasileiras lembravam farmácias, e não só na aparência; vendiam remédios, além de perfumes, chás e rapé. Décadas depois, algumas delas teriam de manter os títulos ainda mais seguros -durante a ditadura, Raimundo Jinkings fez um fundo falso numa prateleira de seu estabelecimento, em Belém, e lá depositou volumes de filosofia e marxismo, que agradavam aos fregueses, mas não tanto às autoridades.



O "Pequeno Guia Histórico das Livrarias Brasileiras", de Ubiratan Machado, conta a saga de uma centena dessas lojas, selecionadas em 16 Estados, a partir de critérios como data de inauguração, repercussão entre intelectuais e no mercado. "Mais difícil que chegar às cem foi conseguir dados aparentemente prosaicos, mas essenciais para o rigor histórico", diz Machado, 68. Isso deixou de fora, por exemplo, a Livraria do Povo, sebo que existiu até os anos 1970 na praça paulistana João Mendes. Mas não impediu a inclusão da remota coleção de obras piedosas vendidas pelos jesuítas, ainda no século 17, no colégio da ordem, no Rio.


Entre as mais antigas, receberam destaque as criadas por imigrantes franceses, como a Laemmert (1833), frequentada por Machado de Assis, no Rio, e Garraux (1860), em São Paulo. Os franceses, diz o autor, abriam livrarias mais bem estruturadas que os portugueses.


Mas foi um argentino quem criou uma espécie de megastore ainda nos anos 1940, em Belo Horizonte. Com mais de 50 funcionários e o nome do proprietário, a Oscar Nicolai foi visionária ao oferecer obras latino-americanas numa época em que a guerra dificultava a importação das europeias. As bancas de livros de São Paulo, improvisadas em bancas de jornais, mereceram um capítulo à parte. "Fenômeno paulistano", persistiram por meio século, até os livreiros serem enxotados pela prefeitura, durante a caça aos camelôs.


As livrarias antigas que restaram precisaram se adaptar. A Francisco Alves, no Rio, que insistiu nas estantes fechadas e nos balcões, fechou as portas nos anos 1990. Outras, como a Saraiva e a Cultura, multiplicaram-se e estão entre as maiores do país. A mais antiga ainda em funcionamento na mesma loja resiste em Campos, no Rio -é a Ao Livro Verde, criada em 1844.


Ubiratan Machado é carioca e jornalista aposentado, autor de dezesseis livros, entre os quais Os Intelectuais e o Espiritismo, A Vida Literária no Brasil Durante o Romantismo, A Etiqueta de Livros no Brasil, Machado de Assis, Roteiro da Consagração e o recém-lançado Dicionário de Machado de Assis. Pela Ateliê Editorial, publicou também Três Vezes Machado de Assis.
(do portal Amigos do Livro)
SERVIÇO:
PEQUENO GUIA HISTÓRICO DAS LIVRARIAS BRASILEIRAS
Autor: Ubiratan Machado
Editora: Ateliê Editorial
16 x 23 cm
264 páginas
Quanto: R$ 46,00